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Aquaponia
Olá,
Esta é o meu primeiro post por aqui. Achei fantástica a proposta do Laboratório de Garagem.
Bom, o meu projeto de "garagem" atual (na verdade é de escritório, rs) é o de um sistema aquapônico doméstico. Para quem não conhece, a aquaponia combina a hidroponia (produção de vegetais em meio aquoso, sem solo) e aquacultura (criação de peixes). É um sistema simbiótico no qual os excrementos dos peixes são transformados por bactérias, que assim evitam que os excrementos se tornem tóxicos para os peixes, e por sua vez servem de nutrientes para as plantas, que assim crescem e "filtram" a água. Ou seja, é possível ter uma horta doméstica, mesmo em um apartamento, e o único input do sistema é a comida para os peixes (e reposição de água e luz artificial, se necessário). Estou no estágio em que o peixes e as bactérias já estão estabelecidos, e comecei a adição das plantas - alface, rúcula, mostarda, couve, etc. (ver fotos abaixo) - se tudo der certo em breve terei a minha primeira salada autônoma e sem agrotóxicos :)
Os próximos passos seriam monitorar o sistema em modo "manual" - amônia, nitrito, condutividade, crescimento das plantas, drenagem e retenção do meio de crescimento, etc. - e enquanto isso vou estudar arduíno (já postado no correio, se a greve não impedir deve chegar essa semana... como já programei em C, fortran, Matlab, HP48 etc. acho que não será difícil). Então, com o ecossistema "maduro" pretendo automatizar, por exemplo, a alimentação dos peixes, quem sabe remotamente (SMS) e também implementar a possibilidade de monitoramento e controle automatizado da qualidade da água (condutividade, que é um parâmetro crucial do sistema, etc.). Abaixo algumas fotos tiradas hoje.
Alguém já fez ou está fazendo algo parecido? Se alguém tiver alguma curiosidade é só perguntar. Infelizmente aqui em Porto Alegre parece que ainda não há um ldg.
Abraços
Daniel
Respostas a este tópico
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Permalink Responder até Raul Mariano Cardoso em
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Insano seu projeto cara.
Quando tiver o caminho das pedras, posta aí que eu quero fazer um pra mim! hehehe.
Não pretende fazer isso virar algo comercial?
Abs.
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Permalink Responder até Daniel Cunha em
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Raul, tudo o que eu for descobrindo vou colocando aqui.
Na verdade já existem sistemas comerciais de aquaponia. Se há algo de novo aqui, é a escala doméstica e o fato de eu estar compartilhando tudo de forma mais ou menos sistemática.
Meu objetivo não é comercial, é mais pelo prazer intrínseco da própria atividade e por acreditar que isso será útil para as pessoas (produção local de alimentos sem uso de agrotóxicos).
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Primeiros problemas no projeto!
Esperado, porém não esperava tão cedo. Como pode ser útil para quem esteja reproduzindo ou adaptando o sistema que estou descrevendo aqui, vou relatar. Apareceu uma praga na minha horta, rsrsrs. Pesquisei e descobri que é um inseto/larva chamado "fungus gnat". Ele é pequeno e difícil de enxergar, notei primeiro que as plantas pararam de crescer e após algumas folhas nitidamente devoradas, rs (ver foto abaixo). Quando ele é uma larva ele come as raízes e folhas das plantas. Após a fase da larva, nasce o inseto (como um mosquito pequeno) que volta a colocar ovos no meio. Fizeram um estrago, mataram a mostarda, várias rúculas e detonaram algumas folhas.
Causa: excesso de umidade no meio de crescimento. O material que usei (vermiculita expandida) absorve muita água, juntando com os nutrientes contidos na água, é o meio perfeito pro crescimento desses bichos.
Como estou resolvendo/pretendo resolver: no nível de projeto, vou adicionar uma pequena camada (0,5-1 cm) de brita/pedrisco sobre a vermiculita, de forma que ela não ficará totalmente exposta (a brita não irá absorver a água). Com relação a combater a praga, foi um processo interessante, pois não se pode usar veneno nesse sistema - por princípio, mas também porque mataria os peixes. Então descobri um método agroecológico: colocando fatias de batata na superfície do meio, as larvas não resistem e vão come-la, poupando as plantas; retira-se as batatas periodicamente. Está funcionando, no primeiro dia a armadilha removeu 40 larvas, no segundo 26, no terceiro 24 e hoje apenas 8. Enfim, foi um problema que gerou um belo aprendizado, é de que possível combater pragas sem usar venenos (apesar que ela ainda não foi totalmente eliminada).
Por enquanto era isso.
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Outro fato interessante nessa história da praga é que a concentração de nitrato, que chegou a estar entre 20 e 50 mg/L subiu para entre 50 e 110 mg/L, indicando que as plantas realmente pararam de crescer.
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Com certeza será muito útil as pessoas.
Parabéns pelo projeto.
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Permalink Responder até Carlos Eduardo Garcia deCarvalho em
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Daniel, parabéns pela empreitada. Lembrando do sensor de pH.
A loja do Lab De Garagem tinha cotato com a sparkfun, pelo que me lembre ficou entre R$400 e R$500. Bem caro mesmo.
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Permalink Responder até Fredman Carlos de Moraes em
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Daniel...a tempo do acompanhando seu trabalho e queria parabeniza-lo e coloca-lo a sua disposição pois tenho experiencia na area de Hidroponia e ate dou treinamentos nesta area para o SENAR SP.
To com um projeto de Agrotecnologia sendo discutido aqui na rede do LAB e com certeza iremos trocar ideias.
Abraços e me coloco a disposição.
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Permalink Responder até Sidney Alves Bastos em
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Daniel,
temos algum progresso no projeto? Estou muito curioso para saber alguns detalhes: um deles é quais os sensores ou entradas seu sistema terá?
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Após um longo tempo sem novidades, seguem fotos. Basicamente troquei o sistema de local onde pega sol cerca de duas horas por dia, mas parece que foi o suficiente para agradar a chicória após 50 dias de plantio. A rúcula está menor. A ideia do termostato por falta de tempo eu abandonei, e para ser sincero pode ser divertido de construir, mas talvez seja complicar demais algo simples. Talvez um termostato comum de aquário no inverno seja mais do que o suficiente.
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Permalink Responder até Renato em
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Muito legal seu projeto Daniel.
Alimentador automático é tranquilo e até deve ter pronto. Controlar temperatura é bem fácil e também tem pronto. Agora, análise/correção química da água... só um exemplo: um amigo fez um software para avaliar características de polímeros pelo método de gota pendente, mas foi em seu projeto de mestrado num laboratório da Poli na USP com microscópio eletrônico e tudo mais.
Talvez esteja viajando na sofistcação...
Quanto à praga, se isolar melhor a parte superior da água e utilizar alguma sílica não reduziria a umidade ao redor das plantas?
Mas de qualquer modo boa sorte e sucesso no seu projeto, como disse, ele é muito interessante.
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A praga eu consegui extinguir com o método das batatas que falei acima. Mas sim, uma forma de prevenir é controlar a umidade, seja tornado o fluxo de água intermitente, seja deixando a parte superior mais seca, seja com um meio que não absorva tanta água.
Esse projeto permite muita sofisticação, sim. No mínimo, dá pra fazer um condutivímetro automatizado, com um gráfico online em uma tela de computador, e, quando necessário, acionamento automático de uma bomba de água (quanto está muito alta, pois passa a ser tóxico para as plantas). pH, níveis de amônia, nitrito, tudo isso poderia ter alertas, etc. A questão é que esses equipamento ainda são muito caros. Mas possível, é.
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Daniel,
claro que é possível. Estou trabalhando em um projeto assim na minha chácara.
No momento estou trabalhando com os parâmetros que tenho que controlar. Um amigo de hidroponia ficou de me mandar algumas informações e sumiu.
Minha dificuldade é quanto aos parâmetros. Pelo jeito você já conhece eles. Se puder discutir isso já vamos caminhar muito.
Ph, condutividade, oxigênio dissolvido, amônia, etc quais os valores limite? Quanto pode ser tolerado? o meu crias tilápias e o canteir é externo.
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